DOCUMENTÁRIOS ETNOGRÁFICOS DO NAVI
O NAVI foi criado em 1998 a partir de oficinas de Antropologia Visual que articulavam pesquisas nessa área desde 1994. Articula as atividades de ensino, pesquisa e extensão na área de estudos audiovisuais e da imagem constituindo-se em um polo de reflexão, aglutinação e difusão de experiências, propostas e críticas nos estudos da antropologia audiovisual e da Imagem e em antropologia das sociedades complexas moderno-contemporâneas. Coordenado por Carmen Rial, mantém convênios com a rede de Núcleos de Antropologia Visual no Brasil e no exterior, participando do GT de Antropologia Visual da ABA. Em 2002, recebeu o prêmio Pierre Verger da ABA de Contribuição à História da Antropologia.
Esta mostra apresenta alguns documentários realizados por pesquisadorxs que fizeram parte do NAVI durante esses 23 anos de existência.
Os filmes ficaram expostos no site da mostra durante todo o evento, para acessa-los é só clicar no título.
Autor: Carmen Rial; Miriam Grossi Djero encontra Iketut em Bali é a história do encontro em Desa Bayung Gedé, nos passos da antropóloga norte-americana Margaret Mead, cujas pesquisas em Bali são um marco para a Antropologia Visual. O filme mostra o encontro entre dois balineses que habitam mundos muito diversos: Djero, um chauffeur em um hotel, acostumado com o intenso fluxo de turistas na Ilha, e Iketut, agora um senhor de mais de 70 anos, morador do pequeno vilarejo nas montanhas estudados por Mead e Bateson e que foi protagonista de um dos seus filmes quando bebê. Um encontro que foi um “lucky accident”, como diria Mead. Para Iketut, Desa Bayung Desa havia mudado. Em nossa percepção, e ao compará-lo com as fotos de Bateson, não havia muita diferença. As danças e casas que vimos lá (cor) eram muito próximas das registradas nas fotos de Bateson (preto e branco). Ficha técnica – realização: Carmen Rial; Miriam Grossi – Edição: Fábio Lessa Peres – Imagens: Carmen Rial – Fotos: Carmen Rial e Gregory Bateson |
Autor: Maycon Melo Não é subindo ladeiras que os moradores do Morro do Torquato na Barra da Lagoa chegam às suas casas. É preciso atravessar um canal, o rio que corta o bairro e que liga a Lagoa da Conceição ao mar. A ponte desses moradores é a batera que se divide em vias a homens e mulheres. Em setembro de 2009 Dona Maria, 79 anos, organizou uma corrida de bateras. A corrida de bateras, que por anos foi realizada durante a tradicional Festa da Tainha, pela primeira vez tornou-se um evento com autonomia própria. A Festajá não acontece por diferenças políticas. A Corrida de Bateras passou a existir. Um resgate? Com certeza um destaque, um ressalte, um alarde. A batera, desatada da linguagem referencial diária, ganhou modulação estática que tornou emergente os aspectos culturais e políticos desse grupo. A Corrida de Bateras reuniu num mesmo evento pescadores, comerciantes e estrangeiros, produziu uma auto mise en scene direcionada ao poder civil e público. Ficha técnica – Direção: Maycon Melo – Entrevistas: Sergio Olivares; Maycon Melo – Duração: 12 min – Ano de Produção: 2009 – Local de Produção: Florianópolis/SC – Produção: Núcleo de Antropologia Visual e Estudos da Imagem (NAVI/UFSC); ONG Comuna Visual |
Deixe-me ir
Autor: Maycon Melo Este vídeo aborda a trajetória de mulheres jogadoras de futebol em Florianópolis/SC. O percurso de uma prática marcada pelo amadorismo e paixão ao esporte encontra no decorrer do Campeonato Catarinense de Futebol Feminino de 2008 olhares que entrelaçam suas histórias com o próprio tempo presente. Momento definido pela iniciativa de investimentos do clube que jogam – Avaí FC – e de um tímido reconhecimento do futebol feminino no Brasil depois das Olimpíadas de Pequim. As marcas desse caminho ilustram um intenso processo de negociação/competição dentro do futebol. Ficha Técnica – Direção: Maycon Melo – Produção e distribuição: NAVI/UFSC – Imagens adicionais: Camila- Ano: 2009 |
Slow Walker
Autor: AlexVailati Sábado à noite, quatro horas da manhã. No centro de Durban, está começando uma competição de isicathamiya, um gênero de música e dança criado durante o apartheid, por trabalhadores migrantes que viviam em bairros, espaços urbanos onde os não-brancos eram segregados. Hoje, em tempos de liberdade, o isicathamiya é uma das mais importantes ferramentas de expressão dos negros sul-africanos. Além disso, é um espelho dos problemas e recursos da sociedade sul-africana. Este documentário é um encontro com a vida dos performers e uma descrição de uma performance que acontece todos os sábados à noite, há quase setenta anos. Ficha técnica – Direção: Alex Vailati – Som: Maurizio Abate – Idioma: English, IsiZulu – Legendas: English – Duração: 52 min |
Vidas de Trabajo: Jorge y Chiqui
Autor: Matias Godio Primeiro capítulo de uma série de documentários que aborda as noções de trajetória, mito e acontecimento presentes na memória de trabalhadores na Argentina e no Brasil. Neste primeiro capítulo, estrelado por Chiqui e Jorge, essas questões são tratadas mergulhando nas histórias de um acontecimento significativo em suas vidas como trabalhadores industriais na Argentina. O documentário tenta ser uma reflexão sobre as estruturas míticas presentes nas narrativas dos interlocutores. Procura encenar horizontes de significação imaginários e oníricos capazes de criar analogias entre as estruturas, ideologias e fatos sociais que atravessam o mundo vivido do trabalho. |
Linhas Imaginárias
Aprender a remar junto com eles é o desafio. No deslocamento da câmera se revela a paralaxe da imagem e a perspectiva em movimento. Invariantes e variantes, os mapas, os pontos de referência, as marcas na paisagem, tudo como marcadores de orientação para o cálculo do esforço. A câmera nos permite pensar em imagens destas linhas imaginárias a partir da experiência visual. |